Cavaleiro Andante

27.6.05

Fronteiras

Este é um mundo cada vez com menos fronteiras. Felizmente. Circulamos livremente entre um número crescente de países, não só no nosso espaço europeu como nos outros continentes. Lembro-me a complicação que era, há uns anos atrás, entrar em algumas zonas do nosso planeta. No ano passado passeamos sozinhos (e sem visto individual!) na Rússia (São Petersburgo)! Agora, ao folhear os dois livros sobre a Costa Rica (o nosso destino de férias para Agosto) que acabo de comprar na FNAC (estou em Lisboa), confirmo que nem vacinas nem vistos são necessários! Tudo isto, passando pelos inúmeros voos que nos ligam a todos os cantos do mundo e pela profusão de meios de comunicação e informação, como aqui a própria Internet e os Blogues, aproxima-nos uns dos outros como nunca antes sucedeu na história da humanidade. É certo que permanecem muitas desigualdades, é certo que este não é (ainda) um movimento em ambos os sentidos, mas é evidente que cada vez mais pessoas circulam e fazem da Terra o que não há muito apenas se fazia da nossa aldeia. Um espaço comum, onde as fronteiras se vão transformando, paulatina mas inexoravelmente, em espaços de liberdade e beleza.

Na fronteira entre o mar e a terra (Praia de Santa Bárbara, ilha de São Miguel – Açores)
Francisco 10:16 da tarde | 4 comments |

24.6.05

Preso

Em São Jorge por obra e graça de São João. Há quase vinte e quatro horas. Os famosos nevoeiros de São João resolveram juntar-se em São Jorge e tornar inoperacional o respectivo aeroporto. Ainda vi o avião quase tocar na pista, mesmo em frente da aerogare, e abortar a aterragem, voltando a desaparecer no nevoeiro. Nestas alturas só me apetecia ter aqui, para verem como é, aqueles que querem colocar em pé de igualdade os custos associados à vida nestas ilhas com os do Continente. Nós bem sabemos do que falamos. A começar pela SATA que agora até assume todos os encargos dos passageiros pela estadia forçada da responsabilidade das forças da natureza. É verdade que temos muitas outras coisas boas no outro prato da balança, mas não há nada que compense estas contingências a que estamos sujeitos e que, tantas vezes, num ápice, nos põem a vida de pernas para o ar. Impotentes, apenas nos resta esperar que estas vinte e quatro horas não se multipliquem. Acabo de espreitar pela janela aqui do quarto do Hotel e parece-me que temos nuvens mais altas e até se vê parte da ilha do Pico, mas a verdade é que, ontem, a esta hora, a cara ainda era melhor e ficamos atrás...

Nascer do dia em São Jorge, com a ilha do Pico ao fundo
Francisco 7:04 da manhã | 3 comments |

23.6.05

Em São Jorge

O pouco tempo e a má cara do tempo (enublado) ainda não me fizeram utilizar a máquina fotográfica. Recordo a última passagem por São Jorge, há cerca de um ano, também em serviço e sem quase nenhum registo fotográfico, com excepção da imagem que descubro aqui numa pasta. É uma ilha já com muitas passagens mas ainda por descobrir. Como quase todos os açorianos, as minhas viagens de férias continuam a ser para o exterior da Região quando ainda há tanto para desvendar cá dentro. Mas, este ano, finalmente, vou começar a tentar emendar a mão: em Agosto, incluiremos três dias de Pico para me descobrir da vergonha de, depois de vinte anos de caminhadas e não sei já quantas passagens pela ilha, nunca ter feito a subida à nossa maior Montanha!

Velas de São Jorge
Francisco 8:27 da manhã | 3 comments |

22.6.05

Regresso ao Algar do Carvão

Lembro-me perfeitamente da primeira e única vez que visitara o Algar do Carvão, no final de Janeiro de 1988. E a data ficou-me tão clara na memória não por essa visita em si mas porque foi então que, aqui na Terceira, descobrimos que estava a caminho a nossa filha, depois dos enjoos da MC e do teste de gravidez que fomos comprar na Farmácia da Rua Direita e que deu positivo. Depois de todos esses anos, fui reencontrar um Algar do Carvão completamente diferente, em termos de apoio aos visitantes. Um acesso condigno, exposições sobre a génese do mesmo, material informativo e um acompanhamento profissional da visita. Esperemos que, com a construção em curso da casa de apoio da Gruta do Carvão (Ponta Delgada), seja possível também ter algo semelhante em São Miguel.

Algar do Carvão I

Algar do Carvão II
Francisco 8:46 da manhã | 3 comments |

21.6.05

Entardecer na Terceira

Assisti, ontem, ao entardecer sobre Angra do Heroísmo aqui do Hotel. Bem sei que estes dias são das grandes Sanjoaninas e que é quase uma heresia vir agora à Terceira e não aproveitar para mergulhar nas festas que se estendem pela Baixa. Mas preferi ficar por aqui, depois de ter sido obrigado a levantar-me às cinco da manhã para apanhar o avião para a Graciosa e tendo pela frente o dia de trabalho que daqui a pouco começa.

Entardecer na Terceira
Francisco 8:47 da manhã | 4 comments |

14.6.05

Olhares sobre Viena

Viagens de trabalho não são viagens de turismo ou férias. Daí que o truque é ser o mais produtivo possível, aproveitando todo o tempo ao milímetro. Ontem, entre a sessão de trabalhos da tarde e o jantar oficial na Orangerie (com 189 metros de comprimento e dez de largura, é, com a de Versalhes, uma das duas maiores de estilo barroco do mundo e, desde, 1977, depois de revitalizada, é utilizada, como originalmente, apenas para recepções, jantares e concertos), consegui encaixar uma passagem rápida por alguns dos principais pontos de Viena. Sem a ajuda da linha vermelha que encontrei recentemente em Hannover, tive de programar sobre o mapa da cidade um percurso óptimo, tentando conciliar o maior número de pontos de interesse ainda desconhecidos (já por cá passei há cerca de dez anos) no menor número de centenas de metros de caminhada. Alguns Olhares:

Câmara Municipal

Jardim Volks, vendo-se ao fundo o Edifício do Museu de História

Espaço Mozart do Jardim Burg

Museu de História Natural, visto da Praça Maria Teresa
Francisco 6:42 da tarde | 10 comments |

12.6.05

O Albertina

Chegada ao fim da tarde a Viena. Apenas tempo para uma rápida volta no centro da cidade e um duche, para logo de seguida entrar no famoso Museu Albertina, onde a Austrian Association of Electricity Companies oferecia um Cocktail de boas vindas. Localizado mesmo no centro histórico da cidade, o Albertina alberga uma vasta e impressionante colecção de artes gráficas, reunindo grandes nomes do desenho e da pintura. Com a pequena máquina fotográfica que a minha filha me emprestou no bolso, não resisti a fotografar o belíssimo Duas Crianças Sentadas (Claude e Paloma), um óleo sobre madeira de Pablo Picasso, datado de 1950.

Two Seated Children (Claude and Paloma)
Francisco 11:17 da tarde | 4 comments |

Passageiro em Trânsito

Não havia alternativa para conseguir chegar ainda hoje a Viena se não dormir esta última noite em Lisboa. E aqui estou, pela quinta ou sexta vez, no hotel que agora tem sido a minha casa por estas bandas: o Açores Lisboa. De cuja janela do quarto, para fazer jus às minhas sempre curtas noites de sono, assisti ao amanhecer do dia.

Amanhecer em Lisboa
Francisco 6:21 da manhã | 3 comments |

7.6.05

Mais uma Viagem a Pé

Para contrabalançar as outras. E confesso que uma viagem a pé me atrai e entusiasma tanto como outra qualquer. Sobretudo quando nos leva a lugares simultaneamente tão perto em quilómetros e tão longe em acessibilidade, tão belos e tão desvalorizados ou desconhecidos. Repito vezes sem conta que os açorianos não conhecem muitos dos lugares mais interessantes da sua terra. E alguns não ficam assim tão inacessíveis. Como é o caso do Pico de Mafra, muito fácil de subir e de onde se pode ter uma vista soberba dos Mosteiros e arredores. Para além de se encontrar o seu cume coberto das belas flores do Cardo (Galactites tomentosa) que vos mostro, pelo menos nesta altura do ano.

Pico de Mafra

Cardo
Francisco 8:55 da tarde | 0 comments |