Cavaleiro Andante

Um dos lugares mais surrealistas que já conheci.

Ao contrário das viagens de trabalho que, por vezes, até são marcadas de um dia para o outro, as de férias são programadas ao pormenor. Pelo menos as minhas. Primeiro, é a recolha e comparação de alternativas. Depois, o aprofundar da escolhida. O estudo do local e a programação de cada dia. Este ano, com o horizonte de Agosto próximo, a preparação já começou. Como no ano passado, facilitada pela integração num grupo. Onde pontua um elemento com características de organizador nato. O que, para quem viajava apenas em família e tinha que se encarregar de tudo, é um verdadeiro descanso. Ontem foi a segunda reunião do grupo. Ainda na fase da análise das diversas opções em cima da mesa. Japão, ilha Reunião, costa ocidental do Canadá, Costa Rica. Impedido de estar presente pela partida que uma descarga atmosférica nos pregou ontem à noite, apenas pude participar na discussão por interposta pessoa e por telemóvel. E, neste momento, ainda não sei se houve fumo branco e já temos destino definido. Por mim, a escolha seria a Costa Rica, por exclusão das outras: o Japão não, pois este ano realiza-se lá a Expo 2005 e a confusão deve ser muita; a ilha Reunião já conheço; e o Canadá era repetir destino com características semelhantes a outros já visitados.

Como o Mundo diminuiu... A Lisboa que há uns anos era tão longe agora fica tão perto... E não é preciso recuar mais de vinte e cinco anos para se constatar como as distâncias encurtaram. No meu tempo de estudante (no Porto), ia uma vez por ano aos Açores. Hoje, por vezes, venho a Lisboa e regresso no mesmo dia... Desapareceu até o próprio nervosismo miudinho que me invadia aquando das viagens... Não há dúvida, o desenvolvimento económico e dos meios de transporte, e dos meios de comunicação em geral, revolucionaram a nossa vida. Estamos em Lisboa como estamos nos Açores. E agora até também temos, desde o mês passado, um Hotel Açores Lisboa, onde me encontro a escrever estas palavras, numa mesa sobre a qual se encontra um Anuário de Ouro dos Açores. É quase como se não estivesse a mil e quinhentos quilómetros de casa.

Numa viagem a Itália, estive na pequena cidade de Fabriano, conhecida desde a Idade Média como produtora de papel. E tive a sorte de, por ter manifestado o meu desejo de conhecer o teatro da cidade, ser conduzido numa visita guiada exclusiva pelo vice presidente da Câmara que para além de me mostrar o edifício da Câmara e me apresentar ao presidente(o que eu dispensava de bom grado), me introduziu no teatro, uma pequena maravilha construida em 1692 e recuperada em 1884. O mais engraçado é que o teatro é contíguo à Cãmara e dum edifício se passa interiormente para o outro. Deixo aqui a foto que a minha câmara extasiada captou.